Gastrite
Fotoperformance
Vitória, 2019
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Em "Gastrite", Castiel Vitorino Brasileiro (1996, Vitória, Brasil), experimenta, por meio da fotoperformance, aproximações e hibridizações entre o seu corpo e o de uma flor de bananeira: suas linhas de força, simbologias, anatomia e movimento. Interessada por processos de cura ancorados na transmutação, entrecruza em seus trabalhos a macumbaria, a psicologia e a arte, práticas que, segundo a artista, lhe permitem manipular energias vitais. A gastrite é definida como uma inflamação da mucosa que reveste as paredes do estômago e que provoca dor intensa, azia e queimação, podendo ser causada pelo uso prolongado do ácido acetilsalicílico – popularmente conhecido como aspirina. A gastrite nervosa, causada por quadros de estresse e ansiedade, embora provoque os mesmos sintomas, não pode ser diagnosticada a partir da inflamação do estômago, pois não produz lesões visíveis na mucosa, apenas alterações na motilidade gastrointestinal. "Gastrite" foi apresentado pela primeira vez na exposição "O trauma é brasileiro", como parte da pesquisa da artista em torno das marcas produzidas pela colonialidade e suas reverberações por gerações, até o presente, em corpos e subjetividades racializadas e sexo-gênero dissidentes. Castiel faz um mapeamento desses sintomas ao mesmo tempo em que concebe processos terapêuticos, "tempos e espaços perecíveis de liberdade" que articulam afetos e memórias familiares, seres vegetais, minerais, siderais, sonoridades e fenômenos da natureza, suas ações e simbologias associadas. A cura é entendida em seu trabalho como um estado transitório, como manifestação poética e espiritual que se dá por formas e metodologias híbridas. É uma recusa pelas práticas de categorização, base do sistema de pensamento moderno que inventou formas de classificar, fixar e subjugar todos os seres e coisas que eram estranhos à imobilidade dos padrões branco, europeu e eclesiástico.
Julia Coelho e Renan Araujo in catalogo de Flamboyanzinho, Flor-de-pavão, Flamboyant-mirim, Barba-de-barata
Flamboyanzinho, Flor-de-pavão, Flamboyant-mirim, Barba-de-barata
Galeria da Boavista - Galerias Municipais de Lisboa. Portugual.
Curadoria Julia Coelho e Renan Araujo
registros © João Paulo Serafim
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And if I devoted my life to one of its feathers?
curated by Miguel A. López
Kunsthalle Wien - Vienna
2021
Castiel Vitorino Brasileiro
Gastrite
Fotoperformance
Vitória
2019
Produção e montagem Castiel Vitorino Brasileiro e Rodrigo Jesus
Fotoperformance
Vitória, 2019
Em "Gastrite", Castiel Vitorino Brasileiro (1996, Vitória, Brasil), experimenta, por meio da fotoperformance, aproximações e hibridizações entre o seu corpo e o de uma flor de bananeira: suas linhas de força, simbologias, anatomia e movimento. Interessada por processos de cura ancorados na transmutação, entrecruza em seus trabalhos a macumbaria, a psicologia e a arte, práticas que, segundo a artista, lhe permitem manipular energias vitais. A gastrite é definida como uma inflamação da mucosa que reveste as paredes do estômago e que provoca dor intensa, azia e queimação, podendo ser causada pelo uso prolongado do ácido acetilsalicílico – popularmente conhecido como aspirina. A gastrite nervosa, causada por quadros de estresse e ansiedade, embora provoque os mesmos sintomas, não pode ser diagnosticada a partir da inflamação do estômago, pois não produz lesões visíveis na mucosa, apenas alterações na motilidade gastrointestinal. "Gastrite" foi apresentado pela primeira vez na exposição "O trauma é brasileiro", como parte da pesquisa da artista em torno das marcas produzidas pela colonialidade e suas reverberações por gerações, até o presente, em corpos e subjetividades racializadas e sexo-gênero dissidentes. Castiel faz um mapeamento desses sintomas ao mesmo tempo em que concebe processos terapêuticos, "tempos e espaços perecíveis de liberdade" que articulam afetos e memórias familiares, seres vegetais, minerais, siderais, sonoridades e fenômenos da natureza, suas ações e simbologias associadas. A cura é entendida em seu trabalho como um estado transitório, como manifestação poética e espiritual que se dá por formas e metodologias híbridas. É uma recusa pelas práticas de categorização, base do sistema de pensamento moderno que inventou formas de classificar, fixar e subjugar todos os seres e coisas que eram estranhos à imobilidade dos padrões branco, europeu e eclesiástico.
Julia Coelho e Renan Araujo in catalogo de Flamboyanzinho, Flor-de-pavão, Flamboyant-mirim, Barba-de-barata
Flamboyanzinho, Flor-de-pavão, Flamboyant-mirim, Barba-de-barata
Galeria da Boavista - Galerias Municipais de Lisboa. Portugual.
Curadoria Julia Coelho e Renan Araujo
registros © João Paulo Serafim
And if I devoted my life to one of its feathers?
curated by Miguel A. López
Kunsthalle Wien - Vienna
2021
Castiel Vitorino Brasileiro
Gastrite
Fotoperformance
Vitória
2019
Produção e montagem Castiel Vitorino Brasileiro e Rodrigo Jesus