Ouço o mar
Série fotográfica
Vitória, 2018


 


Para compreender minha diáspora, ouço o mar.


O que o mar tem a me dizer sobre as travessias africanas feitas em direção ao Brasil? Quantos litros de lágrimas de corpos negros misturaram-se à esta água salgada? Quero ouvir do mar sobre o peso dos navios negreiros, que se alterava sempre que um sequestrado africano era jogado em águas atlânticas. Também me interesso sobre o peso dos barcos repletos de negros refugiados; contemporâneos à mim. É essa água que constitui meu corpo diaspórico negro-bixa. Mar, grita-me os silenciamentos, aqueles que ainda são produzidos por colonizadores. E diga-me, por favor, a melhor rota que me leva à ilhas de liberdade.


Castiel Vitorino Brasileiro
Série fotográfica “Ouço o mar”
Fotografia digital, impressão finearte. Prótese feita com macramê de  barbante de algodão branco, conchas naturais, alumínio dourado e cola cianoacrilato
420 x 594 mm
Vitória
2018




Produção e montagem Castiel Vitorino Brasileiro